terça-feira, 6 de setembro de 2016

O Grande Consolador

O Grande Consolador

     
          Ufanam-se os seguidores da Doutrina dos Espíritos, ou Kardecistas, do privilégio de estar aí o cumprimento da tão famosa promessa do Mestre Jesus, de rogar ao Pai o envio de um Consolador que o haveria de substituir. Outras grandes e verdadeiras Doutrinas requerem para si também este mérito, e afirmam-se como o advento da grande promessa de consolação. Todas são afirmativas autênticas!
 
          Jesus prometeu aos seus discípulos a vinda deste Consolador, através do Pai, e que o haveria de substituir e, assim, não estaríamos órfãos, e mais ainda, que este Consolador revelaria maiores mistérios do que Ele próprio havia feito! Mas que tudo isto aconteceria quando o homem houvesse alcançado maturidade espiritual suficiente para o entendimento necessário, pois naquela ocasião a mentalidade do homem não suportava nem mesmo o que o Mestre tentava explicar.
 
          Este fato demonstra o grau de adiantamento espiritual de Jesus perante aquele povo rude, quando procurava uma forma de transmitir seus ensinamentos de altíssimo nível espiritual a uma comunidade recém-saída da barbárie. Certamente, visava épocas situadas em um futuro ainda muito distante. Para Jesus não houve nenhuma surpresa por não ter seus ensinamentos assimilados por aquele povo; sabia que seriam suficientemente preservados e repassados, até atingir o verdadeiro alvo, em época remota.
 
          Hoje, temos uma compreensão mais aprimorada daquilo que ele pretendia transmitir. Mas, será que mesmo nesta época atual esta compreensão corresponde à verdade? Será que já atingimos aquela maturidade espiritual essencial para entender e interpretar corretamente o que nos queria dizer o Grande Mestre? Difícil responder, e se o fizermos afirmativamente estaremos sendo pretensiosos! Salvo alguns poucos que por dedicação, devoção, ou por missão espiritual, dedicam suas vidas a meditarem sobre as afirmativas legadas pelo nosso Grande Mestre Jesus. Estes, possivelmente amparados por Ele, vieram para viver entre nós com a missão de nos esclarecer os grandes mistérios embutidos em tais declarações, submetidas a um contexto atual para nossa época. Julgo que embora estas revelações sejam de primordial valor para o espírito do homem deste século 21, ainda não revela todo mistério que contém em seu bojo. Ao homem do futuro, estas mesmas afirmativas o levarão a novos conhecimentos na sua relação com Deus.
 
          Para nós que vivenciamos o século 21, a grande mensagem de Jesus seria a de conscientizar o homem de sua verdadeira natureza espiritual, ou seja, a consciência de não ser apenas um corpo físico que, aparentemente, vive de forma individual, sem nenhuma relação com tudo mais que coabita este universo. Ao contrário, nos quer mostrar o Mestre, a grande interdependência entre todas as criaturas, sua natureza única, suas afinidades e seu relacionamento com o Criador e Único Pai de todos os universos.
 
         Jesus foi o Grande Consolador de sua época, ensinando aos que O procuravam como suportar, entender e transcender às vicissitudes de uma vida árdua e repleta de situações humilhantes vividas pelo povo. A consolação provinha de seus ensinamentos e demonstrações, em que Ele mesmo, muitas vezes, era o alvo principal das ofensas. Através do seu próprio exemplo, procurava mostrar a todos o verdadeiro caminho para transformar sofrimento e dor em perdão e amor ao próximo. Então, quando Jesus afirmou que não nos deixaria órfãos e que nos seria enviado um Consolador, é porque sabia que o corpo físico perece por sua própria natureza, mas o Espírito, que é o verdadeiro Senhor da vida, permanece para sempre. Assim, Ele jamais nos abandonaria órfãos, pois estaria espiritualmente entre nós, eternamente!
 
         A presença do Consolador sempre esteve viva entre nós, e sempre estará. É o próprio conhecimento que nos é transmitido pelas grandes e verdadeiras Doutrinas, e que emanam de Deus como chuva de bençãos sobre o espírito humano. O Cristo vive, assim, cada dia entre nós, mostrando o caminho a ser trilhado até o infinito, onde O encontraremos junto ao Pai.

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