Obreiros Inocentes,
tecnocristos(*).
Luiz A C Pimentel
A
Doutrina Espírita, conforme a codificação de Allan Kardec, repousa
sobre três aspectos: filosófico, religioso e científico. Esta
tríade tem como objetivo a formação do Homem integral, por
fornecer as bases do conhecimento legado pela espiritualidade, que
requer o conhecimento, a ideia e obediência aos princípios
cristãos. Forma um tripé, sobre o qual se apoia todo o conteúdo
doutrinário.
Conforme
Allan Kardec, “O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de
observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ela
consiste nas relações que se pode estabelecer com os Espíritos;
como filosofia, ela compreende todas as consequências morais que
decorrem dessas relações”. (KARDEC, A., "O
que é o Espiritismo", Instituto de Difusão Espírita, 28a.
edição, 1993.)
Os
três lados do triângulo que representam estas bases deveriam ser
equiláteros, ou seja, o conhecimento filosófico, científico e o
religioso transmitidos aos adeptos com equidade. Entretanto, assim
não acontece na prática, sendo preocupação de poucos esta relação
de dependência. A absorção do conhecimento fica por conta das
características individuais dos adeptos, das suas disposições para
uma ou outra facilidade de assimilação dos respectivos conteúdos
de acordo com sua aceitação pessoal. São notáveis também as
peculiaridades da comunidade onde se aplica. Os costumes populares
têm grande influência na receptividade, como também no que é
oferecido como ensinamento, dentro dos três ramos da Doutrina.
A
Organização Mundial de Saúde já reconhece a influência
espiritual, e por consequência, o mundo espiritual. Veja no texto
abaixo, escrito pelo Dr. Sérgio
Felipe de Oliveira, Professor da Faculdade de Medicina DA USP, onde
já é obrigatória a cadeira de Medicina e Espiritualidade:
“... A OBSESSÃO ESPIRITUAL como doença da alma, já é reconhecida pela Medicina... desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social.
Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecido na Medicina como possessão e estado de transe, que é um item do CID – Código Internacional de Doenças – que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.
O
CID 10, item F.44.3 – define estado de transe e possessão como a
perda transitória da identidade com manutenção de consciência do
meio
ambiente,
fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por
incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos,
provocados por doença.”
No
Brasil em particular, a denominada “Pátria do Evangelho” por
Francisco Xavier, em obra ditada pelo espírito Humberto de Campos, o
maior país espírita tem seu povo de origem humilde e subserviente
desde suas origens. Esse povo, de coração bondoso e crédulo, não
faz questão de atestar sua crença por meio de fórmulas matemáticas
nem de pensamentos profundos de filosofia. Segue o que lhe dita o
coração e a fé.
Em
ambiente assim, não haveria de prosperar, com facilidade, o ramo
filosófico e muito menos o caráter científico do espiritismo. O
Brasil, sendo a maior população espírita do planeta, possui
maiores possibilidades de desenvolver todas as tendências,
entretanto, nota-se grande desnível a favor do espiritismo
religioso. Mas a Doutrina é dos espíritos, homens de outra dimensão
que sobre nós espraiam, sobretudo, bênçãos de luz e desejam nossa
prosperidade integral. Trabalham em prol de toda humanidade, à qual
pertencem, no desejo de que, de modo coerente e equilibrado,
conquiste um futuro luminoso.
“O
Espiritismo e a Ciência se completam um pelo outro; a Ciência, sem
o Espiritismo, se acha impossibilitada de explicar certos fenômenos,
unicamente pelas leis da matéria; o Espiritismo, sem a Ciência,
ficaria sem apoio e exame”
(Kardec,”A Gênese”, Caráter da Revelação
Espírita,16).
Aqui,
o Espiritismo como ciência, avança quase que no anonimato,
sustentado por adeptos de mente aberta que acreditam com fé
inabalável na necessidade da mudança nos métodos outrora
empregados para o estudo deste lado da Doutrina. Devemos passar da
simples observação passiva, para uma relação mais ativa como o
“outro lado”. Nossos parceiros clamam por nossa atenção, no
sentido de que novos tempos são chegados e que já possuímos
ferramentas mais adequadas para uma comunicação mais abrangente e
sólida. O tempo das batidas, mesas girantes e outros métodos atuais
para esta comunicação já carece de uma atualização para
procedimentos que utilizem o lado científico da Doutrina.
A
partir do ano de 1959, a espiritualidade, através de Friedrich
Jürgenson,
iniciou uma nova maneira de estabelecer contato. Desde então, outros
pesquisadores deram sequência ao estudo realizando novas exitosas
experiências. Esta nova técnica de comunicação tem hoje o nome de
TCI, ou Transcomunicação Instrumental.
Se
utilizarmos o décimo, que nos é peculiar, de inteligência
cerebral, e meditarmos um pouco sobre o trabalho executado pelo plano
espiritual, donde tudo se origina, para levar à frente este Projeto
Terra, certamente chegaremos à conclusão de que a tecnologia que
hoje possuímos tem um mérito mais elevado do que possibilitar o seu
uso para fins exclusivamente egoístas e perniciosos. Convém
imaginar que algo maior é cogitado.
O
equilíbrio é preciso para esse progresso e, assim, fazem-se
necessárias ações que possam compensar a falta localizada em
algumas partes do planeta, dos conhecimentos essenciais para o
sucesso dessa jornada.
Através
dos “Obreiros Inocentes ou Tecnocristos” a espiritualidade
participa, preenchendo as lacunas, onde existam, dos conhecimentos
técnicos e científicos de que precisa a humanidade, para a
continuidade do seu progresso.
Com
sábia objetividade, escolhe o lugar e o tempo certo, onde a carência
é bem visível, para prover essa necessidade. Com muita frequência,
envia-nos diversos mensageiros que, inocentes de suas missões quando
aqui chegam, agem, ora isoladamente, outras vezes juntam-se no estudo
de um projeto que, finalmente resulta em um avanço científico que
beneficiará a humanidade como um todo.
Denomino
estes espíritos encarnados de “Obreiros Inocentes” por
geralmente desconhecerem o verdadeiro teor de suas missões – é
comum preconizarem-se como ateus. Tecnocristos, pois quando
desempenham missão de teor puramente científico, requerendo desses
voluntários espirituais, total abandono de si mesmos, em prol da
ciência. Crucificam-se nos laboratórios voluntariamente, doando-se
ao altruísmo.
Aos
espíritos não influi a tendência religiosa destes servidores. O
que importa é o sucesso de sua missão. Eventualmente, a descrença
de uma realidade mística vem colaborar nesse sucesso. Evidentemente,
este espírito inocente, momentaneamente desfocado de sua situação
cósmica, é assistido amplamente pela espiritualidade que trabalha
ao seu lado. Eis porque, com frequência, sentem-se intuídos em
atividades paranormais, ou deixam-se levar por pensamentos acerca de
assuntos dessa natureza.
A
finalidade precípua desta intervenção é, sem dúvidas, suprir a
humanidade das necessidades básicas para uma missão maior a qual
seria o conhecimento indubitável para o homem, da existência à
qual faz parte – a Realidade Cósmica. O conhecimento dessa
realidade e o relacionamento mútuo homem-cosmo; homem-matéria;
homem- espírito.
Dentre
muitos, citarei como exemplo, um desses Obreiros Inocentes, que nos
legou extraordinário avanço tecnológico, proporcionando a toda
humanidade os frutos de seus trabalhos e suas invenções. Chamou-se
Nikola Tesla e esteve entre nós de 1856 a 1943.
Dentre
dezenas de invenções podemos citar: Transmissão de energia
elétrica a longa distância; motores de indução elétrica; o
rádio; a lâmpada a gás e outros tantos que hoje fazem parte do
nosso dia a dia.
Nikola
Tesla foi um inventor nos campos da engenharia mecânica e
eletrotécnica, de etnia sérvia nascido na aldeia de Smiljan, Vojna
Krajina, no território da atual Croácia. (Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nikola_Tesla).
Não
cabe aqui sua biografia, a qual pode ser vista no link acima, porém
os dados de sua personalidade, que nos levam ao
que afirmamos neste artigo.
Tesla
não se deixava corromper pelo dinheiro nem por posições sociais.
Seu foco de vida visava uma única coisa acima de tudo – o bem da
humanidade. Com esta ideia,
lutou bravamente toda a vida, superando toda espécie de trapaça, má
vontade e ganância de aproveitadores que dele extorquiram vantagens
com exclusiva intenção de enriquecimento próprio. Todo dinheiro
que conseguiu foi empregado nessa missão, não tirou nenhum proveito
em causa própria, morrendo “naturalmente”(?)
pobre e só em um quarto de hotel. Durante sua vida, totalmente
dedicada à ciência, teve diversos lampejos da existência em outras
dimensões. Em uma delas pôde
perceber a morte de sua mãe que vivia distante. Nikola Tesla foi um
Obreiro Inocente ou
Tecnocristo
da mais alta qualidade, que cumpriu de forma maravilhosa a missão
que lhe foi confiada no Planeta Terra.
É
de sua autoria o seguinte pensamento que
se refere à natureza de suas ideias,
pesquisas e invenções:
“O
mundo não está preparado para isto. É algo muito além do nosso
tempo, mas as leis vão prevalecer, e um dia farão um sucesso
triunfante”. (Nikola
Tesla)
(*)
Tecnocristo:
termo criado por mim para designar uma situação que envolve a
tecnologia (tecno)
e o envolvimento de sacrifício pessoal (cristo)
visando o
bem-estar
coletivo.
Referência
Bibliográfica:
KARDEC,
A.,”A Gênese”
KARDEC,
A., "O que é o Espiritismo", Instituto de Difusão
Espírita, 28a. edição, 1993.)
Site:
Uniespirito
TESLA,
N., - Wikipédia