quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A Grande Ilusão

A Grande Ilusão

 Luiz Pimentel (setembro/2016)

“Ego cogito, ergo sum” - esta afirmação do famoso filósofo francês René Descartes, dita em 1837, em plena Idade Moderna, perseverou ao longo dos tempos até nossos dias, mantendo a mesma força e polêmica dos seus primeiros dias. Sem dúvidas, ainda são muitos os filósofos e pensadores a buscarem nesta asserção o sentido correto do pensamento original.

“Eu penso, logo existo” traduz de imediato a ideia de alguém profundamente perdido nas incertezas de sua própria existência; alguém que busca extrair do nada o conteúdo que satisfaça preencher o vazio do existencialismo inexplicado, instituindo através da dúvida a prova do próprio ser.

René Descartes, formado pelas melhores universidades europeias de sua época, em Direito, Filosofia, Física e Matemática, não encontrava argumentos convincentes, baseado em tudo que lograra aprender no âmbito universitário, que lhe demonstrasse categoricamente a realidade do mundo objetivo.

O ensino das escolas, mesmo o conteúdo científico, estava fortemente baseado em conceitos filosóficos ou religiosos, e careciam de embasamento experimental ou empírico. Portanto, dependia de interpretação e, por conseguinte, falseava e se perdia na irregularidade. Por isso, René Descartes se dizia arrependido, exceto no que se refere à matemática, de haver perdido tanto tempo estudando coisas estereis e insustentáveis.

A conclusão lógica de que o simples ato de pensar consistia na única prova de sua existência, resolvia seu problema pessoal de solipsismo.

Embora desde os tempos de Descartes até os dias atuais a ciência haja evoluído exponencialmente, oferecendo subsídios que certamente poderiam resolver o dilema do famoso filósofo e cientista, mesmos assim, não oferece para o estudioso atual, as respostas convincentes que expliquem o mesmo impasse, quando observado sob as perspectivas de nossa época.

Na medida em que leis básicas da constituição da matéria, da energia, do átomo, etc, são desvendadas e explicadas, novas opiniões ou convicções mais abrangentes surgem, colocando em “xeque”, novamente, a mente dos atuais cientistas e filósofos.

Aparentemente, somos conduzidos a deduzir que, quanto mais profundo o conhecimento das leis que regem este universo material, mais difícil se torna a explicação objetiva de sua realidade. A ciência ortodoxa, ou materialista, tende a desviar-se para a subjetividade, submergindo forçosamente em novos universos sem fronteiras, onde as ideias outrora rechaçadas pelas mentes pensantes, aparecem agora mais atrativas e ligadas a explicações inusitadas.

O ato de pensar – o mesmo insinuado por Descartes – se traveste de maior objetividade. Pensar sugere o acionamento de um fluxo de energia; algo que nos demonstra existência verdadeira e não imaginária.

Realmente, alguns cientistas, mesmo aqueles ortodoxos, já aceitam, e até fazem pesquisa experimental em laboratório, sobre o fato de que o pensamento emite ondas eletromagnéticas que são capazes de influenciar coisas materiais. No entanto, devemos considerar que o pensamento é o agente causador do fenômeno; aquele que determina ao cérebro a função de gerar tais ondas magnéticas. O cérebro e as ondas eletromagnéticas geradas, pertencem ao Universo Físico, material, objetivo, mas o pensamento em si, está em dimensão diferente.

O fato de que algo que reside fora do escopo do plano material e objetivo, possa efetivamente agir ou reagir com nossa realidade, nos dá subsídios para estudar e meditar profundamente neste amplo campo de pesquisa para a mente humana.

Sabemos que este assunto, embora pareça recente conhecimento no meio científico ortodoxo, já vem sendo estudado a milênios nas Escolas Herméticas, ou Iniciáticas, ou de Mistérios, onde a informação transmitida de Mestre a Discípulo, tinha origem desconhecida.

De forma velada, conhecimentos desta natureza foram ensinados também por outros Mestres, o que deu origem a algumas religiões, por exemplo, Jesus Cristo, Buda, Maomé e outros. Tais ensinamentos, embora encerrem conhecimentos elevados, são transmitidos de forma essencialmente religiosa ou filosófica.

O objetivo preponderante da maioria destas escolas visa esclarecer o adepto da sua condição espiritual, isto é, o homem além da matéria. Ensina, através do conhecimento e da experiência, que somos vítimas da ilusão de um universo material, pois que tudo, na verdade, é tão somente pura energia. Adverte para a realidade de outros universos, além deste físico, que conscientizamos; da possibilidade da imortalidade – que vai além da Lei de Conservação da Energia; da vida espiritual; das reencarnações, etc. Explica sobre Leis Universais que regulam todos estes universos e, principalmente, a relação destas sobre os desígnios da humanidade.

Jesus disse: “Nem só do pão (elementos básicos existente nos alimentos) viverá o homem, mas de toda palavra (o verbo, a energia vital) que procede (flui para o corpo humano) da boca de Deus (glândula especial, responsável pela principal captação desta energia).” - Lucas(4:4) - Extraído dos ensinamentos de Paramahansa Yogananda.

Este ensinamento, proferido pelo Mestre Jesus, deixa transparente a intenção de declarar a condição espiritual do homem, pois que a criatura humana necessita não somente do nutriente físico, como também da Energia Cósmica Espiritual que satisfará sua condição mística.

Esta circunstância dual da natureza humana, salienta a interação entre ambas e nos mostra claramente que, se existem simultaneamente, estão submetidas a leis específicas que controlam estas relações. Também, não necessitamos de estudos profundos para evidenciar os respectivos e principais atributos: No homem físico, dominam os seus cinco sentidos – audição, visão, olfato, tato e paladar – que representam os dispositivos sensores para captação e interpretação, no cérebro, de todo universo físico, objetivo, ao qual pertence. É através das informações recebidas e processadas pelo cérebro que temos consciência objetiva de tudo que nos cerca.


Quando fazemos um breve estudo sobre cada um destes cinco sensores; da forma como captam e transmitem as sensações recebidas do exterior, para serem processadas no cérebro, embora cada um deles seja extremamente indispensável para nossa vida comum, entretanto, se fizermos uma avaliação técnica detalhada e nos eximirmos da condição de dependência, veremos que, sem exceção, trabalham dentro de uma restrita faixa perceptiva, filtrando por deficiência, para além e para aquém destas faixas, uma infinidade de informações. Quando tais informações são finalmente transmitidas para o cérebro, temos ainda dois fatores degradantes que afetam a realidade da informação: a integridade ou não do próprio sistema de transmissão e a capacidade de processamento do cérebro envolvido. O resultado deste processamento poderá ser uma má interpretação, criando uma imagem mental ou uma sensação que não corresponde à realidade, mas a uma grande ilusão.

A Grande Ilusão

A Grande Ilusão

por Luiz Pimentel (setembro/2016)

“Ego cogito, ergo sum” - esta afirmação do famoso filósofo francês René Descartes, dita em 1837, em plena Idade Moderna, perseverou ao longo dos tempos até nossos dias, mantendo a mesma força e polêmica dos seus primeiros dias. Sem dúvidas, ainda são muitos os filósofos e pensadores a buscarem nesta asserção o sentido correto do pensamento original.

“Eu penso, logo existo” traduz de imediato a ideia de alguém profundamente perdido nas incertezas de sua própria existência; alguém que busca extrair do nada o conteúdo que satisfaça preencher o vazio do existencialismo inexplicado, instituindo através da dúvida a prova do próprio ser.

René Descartes, formado pelas melhores universidades europeias de sua época, em Direito, Filosofia, Física e Matemática, não encontrava argumentos convincentes, baseado em tudo que lograra aprender no âmbito universitário, que lhe demonstrasse categoricamente a realidade do mundo objetivo.

O ensino das escolas, mesmo o conteúdo científico, estava fortemente baseado em conceitos filosóficos ou religiosos, e careciam de embasamento experimental ou empírico. Portanto, dependia de interpretação e, por conseguinte, falseava e se perdia na irregularidade. Por isso, René Descartes se dizia arrependido, exceto no que se refere à matemática, de haver perdido tanto tempo estudando coisas estereis e insustentáveis.

A conclusão lógica de que o simples ato de pensar consistia na única prova de sua existência, resolvia seu problema pessoal de solipsismo.

Embora desde os tempos de Descartes até os dias atuais a ciência haja evoluído exponencialmente, oferecendo subsídios que certamente poderiam resolver o dilema do famoso filósofo e cientista, mesmos assim, não oferece para o estudioso atual, as respostas convincentes que expliquem o mesmo impasse, quando observado sob as perspectivas de nossa época.

Na medida em que leis básicas da constituição da matéria, da energia, do átomo, etc, são desvendadas e explicadas, novas opiniões ou convicções mais abrangentes surgem, colocando em “xeque”, novamente, a mente dos atuais cientistas e filósofos.

Aparentemente, somos conduzidos a deduzir que, quanto mais profundo o conhecimento das leis que regem este universo material, mais difícil se torna a explicação objetiva de sua realidade. A ciência ortodoxa, ou materialista, tende a desviar-se para a subjetividade, submergindo forçosamente em novos universos sem fronteiras, onde as ideias outrora rechaçadas pelas mentes pensantes, aparecem agora mais atrativas e ligadas a explicações inusitadas.

O ato de pensar – o mesmo insinuado por Descartes – se traveste de maior objetividade. Pensar sugere o acionamento de um fluxo de energia; algo que nos demonstra existência verdadeira e não imaginária.

Realmente, alguns cientistas, mesmo aqueles ortodoxos, já aceitam, e até fazem pesquisa experimental em laboratório, sobre o fato de que o pensamento emite ondas eletromagnéticas que são capazes de influenciar coisas materiais. No entanto, devemos considerar que o pensamento é o agente causador do fenômeno; aquele que determina ao cérebro a função de gerar tais ondas magnéticas. O cérebro e as ondas eletromagnéticas geradas, pertencem ao Universo Físico, material, objetivo, mas o pensamento em si, está em dimensão diferente.

O fato de que algo que reside fora do escopo do plano material e objetivo, possa efetivamente agir ou reagir com nossa realidade, nos dá subsídios para estudar e meditar profundamente neste amplo campo de pesquisa para a mente humana.

Sabemos que este assunto, embora pareça recente conhecimento no meio científico ortodoxo, já vem sendo estudado a milênios nas Escolas Herméticas, ou Iniciáticas, ou de Mistérios, onde a informação transmitida de Mestre a Discípulo, tinha origem desconhecida.

De forma velada, conhecimentos desta natureza foram ensinados também por outros Mestres, o que deu origem a algumas religiões, por exemplo, Jesus Cristo, Buda, Maomé e outros. Tais ensinamentos, embora encerrem conhecimentos elevados, são transmitidos de forma essencialmente religiosa ou filosófica.

O objetivo preponderante da maioria destas escolas visa esclarecer o adepto da sua condição espiritual, isto é, o homem além da matéria. Ensina, através do conhecimento e da experiência, que somos vítimas da ilusão de um universo material, pois que tudo, na verdade, é tão somente pura energia. Adverte para a realidade de outros universos, além deste físico, que conscientizamos; da possibilidade da imortalidade – que vai além da Lei de Conservação da Energia; da vida espiritual; das reencarnações, etc. Explica sobre Leis Universais que regulam todos estes universos e, principalmente, a relação destas sobre os desígnios da humanidade.

Jesus disse: “Nem só do pão (elementos básicos existente nos alimentos) viverá o homem, mas de toda palavra (o verbo, a energia vital) que procede (flui para o corpo humano) da boca de Deus (glândula especial, responsável pela principal captação desta energia).” - Lucas(4:4) - Extraído dos ensinamentos de Paramahansa Yogananda.

Este ensinamento, proferido pelo Mestre Jesus, deixa transparente a intenção de declarar a condição espiritual do homem, pois que a criatura humana necessita não somente do nutriente físico, como também da Energia Cósmica Espiritual que satisfará sua condição mística.

Esta circunstância dual da natureza humana, salienta a interação entre ambas e nos mostra claramente que, se existem simultaneamente, estão submetidas a leis específicas que controlam estas relações. Também, não necessitamos de estudos profundos para evidenciar os respectivos e principais atributos: No homem físico, dominam os seus cinco sentidos – audição, visão, olfato, tato e paladar – que representam os dispositivos sensores para captação e interpretação, no cérebro, de todo universo físico, objetivo, ao qual pertence. É através das informações recebidas e processadas pelo cérebro que temos consciência objetiva de tudo que nos cerca.


Quando fazemos um breve estudo sobre cada um destes cinco sensores; da forma como captam e transmitem as sensações recebidas do exterior, para serem processadas no cérebro, embora cada um deles seja extremamente indispensável para nossa vida comum, entretanto, se fizermos uma avaliação técnica detalhada e nos eximirmos da condição de dependência, veremos que, sem exceção, trabalham dentro de uma restrita faixa perceptiva, filtrando por deficiência, para além e para aquém destas faixas, uma infinidade de informações. Quando tais informações são finalmente transmitidas para o cérebro, temos ainda dois fatores degradantes que afetam a realidade da informação: a integridade ou não do próprio sistema de transmissão e a capacidade de processamento do cérebro envolvido. O resultado deste processamento poderá ser uma má interpretação, criando uma imagem mental ou uma sensação que não corresponde à realidade, mas a uma grande ilusão.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Você é Importante!

Você é Importante!


     Imagine o Universo como um imenso e extremamente preciso relógio suíço com todas as suas engrenagens que juntas, o fazem trabalhar bem em perfeito sincronismo. Qual das engrenagens, aquela pequeníssima ou a maior de todas, pode pretender superior importância? Nenhuma, seria a resposta correta, pois se uma falha, levaria todo o mecanismo à falência da perfeição. Assim, devemos nos enxergar perante o Universo - uma parte do Todo. Não importa se somos grandes ou pequenos, nosso valor será o mesmo.
 
     Como a pequena trava que prende o mecanismo de uma grande roldana e a impede de girar, sobre este irrelevante dispositivo é depositada toda a responsabilidade de manter o equilíbrio de um grande sistema. Esta a função que lhe foi confiada. Quanto maior a força sobre ela exercida, maior a garantia de que sua função está sendo bem desempenhada.
 
     Assim, devemos nos sentir sob o peso das responsabilidades e eventuais desventuras, que a vida nos apresenta. Quanto maior o peso que temos que carregar, e se o aceitamos de bom grado, maior a chance de estarmos desempenhando bem a missão para a qual fomos designados. Assim, preenchemos o vazio que, às vezes, nos aflige; quando pensamos que somos menor em importância do que desejaríamos ser; que fizemos muito menos do trabalho que desejaríamos ter feito; que somos inferiores ou superiores aos outros perante a sociedade em que vivemos.
 
   Considere que ninguém está completo e jamais o estará. Aquilo que mais faz falta no outro pode ser o que sobra em você, e vice-versa, a perfeição é algo que buscamos, mas que jamais alcançaremos. O aperfeiçoamento, entretanto, acontece sempre com a superposição de infinitas camadas de autoajustes, em que a próxima complementa as falhas da anterior. E estas camadas poderiam ser representadas como o momento, o dia, o mês, o ano, uma vida ou até mesmo reencarnações futuras, onde buscamos sempre o conhecimento necessário para a correção das nossas falhas.
 
  Estaremos sempre buscando a perfeição, tentando corrigir as faltas que conseguimos conscientizar. Gozar a vida aceitando o que somos é viver com consciência, não ensejando ser o pior nem o melhor, mas buscando sempre o positivo.
 
    O maior de todos os sábios da humanidade se recusou a ter o mundo em suas mãos. Preferiu a emancipação do Ser, e continuar na sua missão. Na sua sabedoria, tornou muito maior a relevância daquilo que veio realizar.
 
     Resumindo: O seu essencial valor no contexto do Universo é algo concreto e irrefutável, independente da consciência que você possa ter desta verdade. Lembre-se sempre que você é criação divina – uma partícula de Deus que se manifesta a partir Dele em todas as dimensões. Aí está sua suprema importância!

O Grande Consolador

O Grande Consolador

     
          Ufanam-se os seguidores da Doutrina dos Espíritos, ou Kardecistas, do privilégio de estar aí o cumprimento da tão famosa promessa do Mestre Jesus, de rogar ao Pai o envio de um Consolador que o haveria de substituir. Outras grandes e verdadeiras Doutrinas requerem para si também este mérito, e afirmam-se como o advento da grande promessa de consolação. Todas são afirmativas autênticas!
 
          Jesus prometeu aos seus discípulos a vinda deste Consolador, através do Pai, e que o haveria de substituir e, assim, não estaríamos órfãos, e mais ainda, que este Consolador revelaria maiores mistérios do que Ele próprio havia feito! Mas que tudo isto aconteceria quando o homem houvesse alcançado maturidade espiritual suficiente para o entendimento necessário, pois naquela ocasião a mentalidade do homem não suportava nem mesmo o que o Mestre tentava explicar.
 
          Este fato demonstra o grau de adiantamento espiritual de Jesus perante aquele povo rude, quando procurava uma forma de transmitir seus ensinamentos de altíssimo nível espiritual a uma comunidade recém-saída da barbárie. Certamente, visava épocas situadas em um futuro ainda muito distante. Para Jesus não houve nenhuma surpresa por não ter seus ensinamentos assimilados por aquele povo; sabia que seriam suficientemente preservados e repassados, até atingir o verdadeiro alvo, em época remota.
 
          Hoje, temos uma compreensão mais aprimorada daquilo que ele pretendia transmitir. Mas, será que mesmo nesta época atual esta compreensão corresponde à verdade? Será que já atingimos aquela maturidade espiritual essencial para entender e interpretar corretamente o que nos queria dizer o Grande Mestre? Difícil responder, e se o fizermos afirmativamente estaremos sendo pretensiosos! Salvo alguns poucos que por dedicação, devoção, ou por missão espiritual, dedicam suas vidas a meditarem sobre as afirmativas legadas pelo nosso Grande Mestre Jesus. Estes, possivelmente amparados por Ele, vieram para viver entre nós com a missão de nos esclarecer os grandes mistérios embutidos em tais declarações, submetidas a um contexto atual para nossa época. Julgo que embora estas revelações sejam de primordial valor para o espírito do homem deste século 21, ainda não revela todo mistério que contém em seu bojo. Ao homem do futuro, estas mesmas afirmativas o levarão a novos conhecimentos na sua relação com Deus.
 
          Para nós que vivenciamos o século 21, a grande mensagem de Jesus seria a de conscientizar o homem de sua verdadeira natureza espiritual, ou seja, a consciência de não ser apenas um corpo físico que, aparentemente, vive de forma individual, sem nenhuma relação com tudo mais que coabita este universo. Ao contrário, nos quer mostrar o Mestre, a grande interdependência entre todas as criaturas, sua natureza única, suas afinidades e seu relacionamento com o Criador e Único Pai de todos os universos.
 
         Jesus foi o Grande Consolador de sua época, ensinando aos que O procuravam como suportar, entender e transcender às vicissitudes de uma vida árdua e repleta de situações humilhantes vividas pelo povo. A consolação provinha de seus ensinamentos e demonstrações, em que Ele mesmo, muitas vezes, era o alvo principal das ofensas. Através do seu próprio exemplo, procurava mostrar a todos o verdadeiro caminho para transformar sofrimento e dor em perdão e amor ao próximo. Então, quando Jesus afirmou que não nos deixaria órfãos e que nos seria enviado um Consolador, é porque sabia que o corpo físico perece por sua própria natureza, mas o Espírito, que é o verdadeiro Senhor da vida, permanece para sempre. Assim, Ele jamais nos abandonaria órfãos, pois estaria espiritualmente entre nós, eternamente!
 
         A presença do Consolador sempre esteve viva entre nós, e sempre estará. É o próprio conhecimento que nos é transmitido pelas grandes e verdadeiras Doutrinas, e que emanam de Deus como chuva de bençãos sobre o espírito humano. O Cristo vive, assim, cada dia entre nós, mostrando o caminho a ser trilhado até o infinito, onde O encontraremos junto ao Pai.

Egoísmo

EGOÍSMO

     O egoísmo é intrínseco à sociedade que atualmente forma os padrões de consciência da humanidade. 
      Como descobrir se és egoísta? Analisando teus pensamentos e descobrindo que classe de consciência predomina na mente. Teus pensamentos giram em torno de ti próprio ou dos teus semelhantes? Se giram ao redor de ti, teu egoísmo te afastará das pessoas boas e também da verdade. Neste caso, se desejas mudança de atitude, busca no magnetismo da humildade atrair amigos sinceros e a aproximação com Deus. O egoísmo é uma fealdade que tem reflexo no rosto do egoísta e o afasta das pessoas, enquanto que a humildade é a doce fragrância que atrai os outros para quem a possui. 
    O egoísmo está entre os maiores males da humanidade, não somente porque a afasta de Deus, como também por ser o causador de distorções, equívocos e desigualdades sociais. O homem egoísta usa todo seu tempo disponível para pensar em si mesmo. Encontra prazer apenas em elevar seu ego e sente-se satisfeito com pequenas boas ações, as quais trata de engrandecer aos seus próprios olhos. 
    Embora o egoísmo seja um complemento natural da lei de preservação, pois nenhum homem mentalmente são faz algo sem razão alguma, nenhuma ação é realizada sem que haja uma relação, direta ou indireta, com um pensamento egoísta, quer dizer, sempre que oferecemos nossa ajuda aos outros, seja econômica, moral ou mental, recebemos em troca nossa própria satisfação; ainda assim devemos buscar no âmbito da humildade a maneira de contrapor esta tendência natural da alma. 
    A humildade é uma qualidade inerente às pessoas admiráveis que não se consideram especiais, nem se regozijam ante sua própria grandeza. Jesus afirma que o menor dos seres humanos, ou seja, o mais humilde, é o maior no reino de Deus. 
    O egoísmo do homem tem sua raiz no seu apego excessivo às coisas materiais. O ego humano procura satisfazer seus desejos constantes e insaciáveis dos valores espirituais, através dos sentidos físicos. Entretanto, os sentidos materiais jamais lhe atenderão, ao contrário, levará o ser humano a maiores sofrimentos. Os desejos da alma jamais poderão ser satisfeitos mediante os canais dos sentidos. Somente quando o homem compreender esta verdade e vencer o ego, isto é, realizar o autodomínio, conseguirá viver em um mundo de bem-aventuranças. 
    Podemos definir o egoísta como alguém que desenvolve o desejo exagerado de possuir bens materiais, além do que possa parecer justo para viver simplesmente, sem ostentação, somado a um comportamento interesseiro, colocando-se sempre no centro do seu próprio universo, onde todos os valores estão agregados exclusivamente ao seu próprio ego, valorizando enfaticamente tudo que se refere a si, e depreciando o que mais lhe escapa. 
    Quase sempre o egoísta traz consigo uma máscara de superioridade que, na verdade origina-se de um complexo de inferioridade. Este complexo de inferioridade resulta do conhecimento secreto de suas debilidades reais ou imaginárias e, para compensar estas fraquezas a pessoa constrói uma armadura de falso orgulho, exibindo um ego presunçoso. Deste modo, aqueles que desconhecem a causa real de tal atitude, asseguram que tal pessoa padece de um complexo de superioridade. 
    O homem não nasce egoísta. Ele se torna egoísta em consequência dos hábitos que vai adquirindo no meio ambiente em que vive. Assim, podemos considerar o egoísmo como um somatório de maus hábitos que caracterizam uma pessoa. Esta é uma boa notícia, porque sabemos que os hábitos podem ser combatidos e modificados. Sabemos também que para combater um determinado hábito o devemos contrapor com outro que seja seu antagônico. Assim, se você possui o hábito de mentir, cultive o hábito de falar a verdade; se possuir o hábito da preguiça, habitue-se ao dinamismo, etc. No caso específico do egoísmo, devemos desenvolver o mais cedo possível a humildade – que começa pela aceitação do erro – exercitando-se no altruísmo, praticando a caridade e o trabalho voluntário em prol daqueles necessitados. 
    Confia em ti mesmo, em tuas realizações reais e no entendimento de que teu verdadeiro Ser jamais poderá ser “inferior”, então estarás livre de todo complexo. 
    Devemos manter em mente que fomos criados por Deus neste universo material e, por conseguinte, não devemos temer viver na materialidade e nem tampouco de usufruir de todo acervo que o constitui. É por direito que devemos partilhar os bens que nos foram ofertados por Deus, nosso criador. 
   O apego às possessões e não as possessões por si mesmas é a causa de todo sofrimento. Afinal, nada nos pertence, e aquilo que usufruímos é de uso temporário. Tanto aquele que muito possui quanto o que possui muito pouco, devem tudo abandonar quando a morte chega. 
   Não devemos viver neste universo de forma unilateral, pensando só em Deus e esquecendo dos nossos deveres para com o mundo em que vivemos. É nosso dever trabalhar para manter o equilíbrio do meio ambiente. Para tanto, não devemos ociosamente esperar pela contribuição dos demais; se desejas um mundo de amor, começa por amar o teu próximo; se desejas a honestidade dos outros para contigo, tu deves ser honesto primeiramente; se desejas a bondade dos outros, evita comportar-te erroneamente; se desejas a paz, sejas tu mesmo o portador da paz. Deves tu mesmo expressar aquelas qualidades que desejas ver nos outros e, com certeza, verás que aqueles que te rodeiam se comportarão de modo semelhante.