terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O Caminho

Considerando a condição de que podemos “conversar” com nosso Pai Criador, quando estamos meditando, indaquei-O de forma bastante informal sobre assuntos comuns da vida diária. Algumas questões simples, mas que, eventualmente, não temos respostas satisfatórias.


Uma destas questões versa sobre o fato de vivermos, geralmente, lutando contra as vicissitudes que via de regra nos deixam intranquilos e até mesmos infelizes. Se somos, de fato, filhos do Todo Poderoso, Aquele que é Infinitamente Sábio ou Onisciente, por que sofremos estas torturas, as quais gostaríamos de eliminar?

Eis a resposta que recebi, lá dentro de minha mente: “A nossa jornada, através das diversas encarnações, é como uma estrada em que se caminha em uma única direção. A maneira como nos comportamos, nesta jornada, depende de nós mesmos. Se, por alguma razão, resolvemos alterar o curso e buscar ”atalhos” ilusórios que nos contemplam e nos oferecem melhores resultados, somos livres em nossa escolha, e poderemos obter resultados positivos ou negativos nestas opções. Com certeza, obteremos ganhos no sentido de aprendizagem, mesmo que sejam pelos erros cometidos. Os nossos erros, causados por opções equivocadas, são os vetores dos nossos sofrimentos e atrasos espirituais. Nossa passagem por este plano, tem como principal objetivo o aprendizado através das experiências vividas; o controle sobre os nossos sentidos e, em consequência, o fortalecimento do espírito”.

Argumentei sobre o fato de pedir socorro para nós mesmos, ou para as pessoas a quem dedicamos nossas preocupações, no sentido de preservar-nos das dificuldades da vida. A explicação que obtive foi a seguinte: “Se alguém segue por um caminho, com seus pertences às costas, com o objetivo de chegar ao seu destino o mais breve possível, deverá observar certas regras de atitudes que precisará seguir para obter êxito naquilo a que se propõe. Quando nos sentimos cansados e resolvemos descansar sob a sombra de uma árvore à beira do caminho, deveremos estar conscientes de que o nosso descanso ocasionará uma demora na chegada prevista ao destino final. No entanto, não é proibido que descansemos pelo tempo que desejarmos!

Se alguém passa por dificuldades de qualquer tipo, seja por doenças, financeiras, emocionais ou outro fator que esteja lhe causando infelicidade e dores, e, por piedade, pede-se, por ele ou ela, o auxílio, no sentido de livrá-lo de tais circunstâncias, devemos notar que tal pessoa poderá sim ser socorrida, e dela ser desviado todo sofrimento. Mas, isto seria tirar-lhe também a oportunidade da experiência e do aprendizado, resguardando para a posteridade o cumprimento desta etapa da vida. Isto seria a mesma coisa feita por aquele que, sentindo-se cansado da caminhada, resolve descansar sob a sombra de uma árvore. Não seria algo proibido, ou seja, um pecado espiritual, entretanto, o resultado justificaria a lei – não existe efeito sem causa!

A nossa jornada é direcionada por um único caminho, com muitas veredas afluentes e muitos desvios sinalizados por placas de direção que nos dão informações ilusórias, caso sigamos por ali, prometendo um caminho fácil, com muitos ganhos e compensações maravilhosas. Estas armadilhas estão ao longo de toda viagem, testando nosso bom senso e sabedoria”.

Em resumo, aprendi que não devemos jamais cochilar sob as sombras convidativas do caminho, com a desculpa de que estamos cansados. Que não devemos fugir ou pedir socorro por estarmos sofrendo ou passando por algumas dificuldades, mas que devemos sempre reunir forças para vencer tais obstáculos, tirando deles o maior proveito em termos de aprendizagem. Devemos agir de forma serena e com a satisfação de que não estamos deixando para trás parte de nossa bagagem à beira do caminho, pois que, se assim for, teremos que retornar depois para resgatá-la.

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