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sábado, 13 de maio de 2023
A Influência do Espiritismo Antes e Após a Morte.
A questão 165 do Livro dos Espíritos de Allan Kardec questiona o seguinte: O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação?
Esse é um tema muito interessante e importante para os estudiosos e praticantes do Espiritismo, pois diz respeito ao estado da alma após a morte do corpo físico. A perturbação é o período de confusão e desorientação que muitos espíritos experimentam ao se desligarem da matéria. Ela pode variar de intensidade e duração, dependendo de vários fatores, como o grau de evolução moral, o tipo de morte, o apego às coisas terrenas, a consciência do desencarne, etc.
Segundo Allan Kardec, o conhecimento do Espiritismo pode ajudar a diminuir a perturbação, pois esclarece o espírito sobre a sua verdadeira condição e destino. O Espiritismo ensina que a morte não é o fim da existência, mas uma transição para uma nova fase de aprendizado e progresso. O Espiritismo também mostra que os laços de amor e amizade não se rompem com a separação física, mas se fortalecem pela comunhão espiritual. Além disso, o Espiritismo incentiva o espírito a praticar o bem e a se libertar das paixões e vícios que o escravizam à matéria.
Portanto, o conhecimento do Espiritismo pode ser um grande aliado para o espírito enfrentar o momento do desencarne com serenidade e confiança, evitando assim prolongar a sua perturbação. No entanto, é preciso ressaltar que o conhecimento teórico não basta por si só. É preciso vivenciar os princípios espíritas na prática, buscando a reforma íntima e a melhoria moral. Somente assim o espírito poderá se preparar para a sua nova jornada no plano espiritual.
Como vivenciar os princípios espíritas na prática, buscando a reforma íntima e a melhoria moral?
Os princípios espíritas são os fundamentos da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec no século XIX, a partir da comunicação com os espíritos superiores. Segundo Kardec, o Espiritismo é uma ciência que estuda a origem, a natureza e o destino dos espíritos, bem como as relações entre o mundo material e o mundo espiritual.
Entre os princípios espíritas, podemos destacar cinco:
1 - A existência de Deus como a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
2 - A existência e a sobrevivência da alma ou espírito, que é o princípio inteligente do universo, criado por Deus, simples e ignorante, mas dotado de livre-arbítrio e destinado à evolução constante. A alma sobrevive à morte do corpo físico e retorna ao plano espiritual, de onde veio ao reencarnar.
3 - A pluralidade das existências ou reencarnação, que é o processo pelo qual o espírito encarna diversas vezes na Terra ou em outros mundos habitados, para adquirir novos conhecimentos e experiências que lhe permitam progredir moral e intelectualmente. A reencarnação é uma oportunidade de reparar os erros cometidos em vidas passadas e de desenvolver as virtudes necessárias para a felicidade.
4 - A comunicabilidade dos espíritos ou mediunidade, que é a capacidade de estabelecer contato entre o mundo físico e o mundo espiritual, por meio de pessoas dotadas de sensibilidade especial para captar as mensagens dos espíritos desencarnados. A mediunidade é um dom natural que deve ser usado com responsabilidade e caridade, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo.
5 - A lei de causa e efeito ou justiça divina, que estabelece que toda ação gera uma reação correspondente, no plano moral. Assim, o espírito colhe os frutos de suas escolhas, seja na mesma existência ou em existências futuras. Nada acontece por acaso ou por capricho divino. Tudo tem uma razão de ser e visa ao aperfeiçoamento do espírito.
Esses princípios espíritas não são apenas conceitos teóricos que devem ser estudados e aceitos pela razão. Eles são também orientações práticas que devem ser vivenciadas no dia a dia, buscando a reforma íntima e a melhoria moral. Reforma íntima significa mudar os hábitos nocivos, as tendências viciosas e as paixões inferiores que nos afastam do bem. Melhoria moral significa cultivar as qualidades nobres, as virtudes elevadas e os sentimentos puros que nos aproximam de Deus.
Vivenciar os princípios espíritas na prática designa:
1 - Reconhecer a existência de Deus como Pai amoroso e justo que nos criou para sermos felizes e nos concede todas as oportunidades necessárias para o nosso progresso.
2 - Valorizar a vida como uma dádiva divina e uma ocasião de aprendizado. Cuidar do corpo físico como um instrumento temporário para a evolução do espírito. Respeitar a vida dos outros seres como manifestações da obra divina.
3 - Aceitar a reencarnação como uma lei natural e sábia que nos permite viver de acordo com os ensinamentos de Jesus, que são a base da doutrina espírita. Significa amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, praticar a caridade, o perdão, a humildade, a paciência e a resignação. Significa também reconhecer a imortalidade da alma, a reencarnação, a lei de causa e efeito e a comunicação com os espíritos. Significa ainda buscar o autoconhecimento, o aperfeiçoamento moral e intelectual e a harmonia com as leis divinas.
Vivenciar os princípios espíritas na prática não é uma tarefa fácil, pois exige esforço, disciplina, vigilância e renúncia. É um processo contínuo de aprendizado e transformação, que requer fé raciocinada, estudo, oração e meditação. É um desafio que nos convida a superar nossas imperfeições, vícios e paixões, e a desenvolver nossas virtudes, talentos e potencialidades.
No entanto, vivenciar os princípios espíritas na prática é também uma fonte de felicidade, paz e consolo. É uma forma de nos aproximarmos de Deus, de nossos irmãos encarnados e desencarnados, e de nós mesmos. É uma maneira de colaborarmos com o progresso da humanidade e de cumprirmos nossa missão na Terra. É uma oportunidade de evoluirmos espiritualmente e de nos prepararmos para a vida futura.
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