Imagine-se
sentado em frente a alguma outra pessoa; você olha e vê a pessoa
bem à sua frente! Pode tocá-la, se quiser, e senti-la. Você vê e
sente a outra pessoa e sabe que aquilo existe, porém, não faz parte
de você próprio. Você se sente um indivíduo completamente
independente, embora não necessite tocar-se ou ver-se, para ter esta
certeza.
Existe
algo que lhe transmite, através de sua mente, a sensação de sua
existência REAL. Algo que se distingue de tudo que o cerca. Muitas
vezes, esta sensação de singularidade e de existência o distingue
inclusive do seu próprio corpo: é a Autoconsciência do seu SER
REAL.
A
parte consciente do Eu Interior a todo instante está gritando a sua
existência e a sua participação no dia a dia de cada um. Mesmo
assim, costumamos não ligar a mínima importância, ou
automaticamente seguimos alguma ordem, como um cego que segue o aviso
de um eterno desconhecido, sem nem mesmo um gesto de agradecimento.
Se
nós nos tornássemos autoconscientes deste mestre e amigo que somos
nós próprios; se nos apercebêssemos, dia a dia, deste guia
incansável e dessemos-lhe a mão, amigável e confiante, decerto que
seguiríamos mais seguros e harmoniosos nesta curta e bela vida que
Deus nos presenteou.
Hoje
em dia, isto se faz extremamente necessário a muitas pessoas. Com
frequência, concentramos nossa atenção em perseguir, com persuasão
e vigor, certos recursos que tanto desejamos façam parte da nossa
vida e, tão logo os obtemos, perdem o valor e o significado, o que
denota a vacuidade diante de uma real necessidade. Isto é,
precisamos fazer melhor uso da nossa percepção pelo que,
verdadeiramente, nos trará felicidade. Aquilo que procuramos para
preencher nossa vida, deve estar em harmonia como a nossa sensatez,
pois do contrário, teremos um simples acúmulo de bens isolados que
somente nos trarão responsabilidade, ao contrário de felicidade,
desarmonia e não equilíbrio, deformidade no lugar da beleza.
Para
manter as ideias e os ideais que temos na vida longe das
incoerências, é necessário escutar, com maior assiduidade, aquela
voz que nos fala de dentro. Para ouvi-la, sem as fortes
interferências causadas pelas inquietações que aportam amiúde,
devemos nos isolar, de vez enquanto, buscando um pouco de solidão.
Retiremo-nos do mundo, por assim dizer, durante alguns minutos do
dia. Ao ficarmos a sós com os nossos pensamentos, eliminamos da
memória todas as experiências diárias, para somente recordarmos
nossos sonhos e ideais mais queridos. Não apenas deles lembrarmos,
mas sentirmos outra vez a emoção que resulta da visualização dos
mesmos, funcionando como um estímulo para prosseguirmos. Ouçamos
então, nestes momentos, a vozinha que fala ao nosso coração; que
nos consola ou que nos autoriza; que nos apoia ou nos resguarda; mas,
com certeza, sempre nos deixará convictos da segurança de que não
seguiremos por caminho equivocado.
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