Quando eu era criança, na fase de pré-adolescência, adorava sentar-me, isolado, em uma parte pouco frequentada do laboratório onde meu avô preparava os medicamentos para seus poucos clientes do povoado onde morávamos.
Nesta isolada parte do laboratório, eram jogados os pertences que não serviam mais. Eu me deleitava remexendo toda aquela quinquilharia, em busca de algo que atraísse meu interesse infantil. Lembro bem das moedas antigas, de cobre, bronze, prata e até de ouro que estavam ali jogadas. Encontrei uma moeda de prata com a efígie do Imperador Pedro II. Fiquei feliz com o achado e a guardei comigo por muito tempo. Depois, a perdi definitivamente. Mas, o que me fazia mais feliz naquele ambiente mal arrumado eram as pilhas de gibis, dos mais variados, que me atraiam com suas histórias em quadrinhos e onde eu dedicava horas com a leitura de cada um deles.
Quando estamos nesta fase maravilhosa de infantilidade serena e feliz, quando nada pode nos perturbar por mais que alguns momentos, nossa visão de tudo que nos cerca é muito diferente daquela que podemos ter quando estamos carregados pelos problemas e aflições da idade adulta. Mas consigo lembrar daqueles momentos e chego a sentir saudades da vida tranquila que corria dia após dia. As histórias contadas naqueles quadrinhos me pareciam reais. Não havia ainda na minha consciência motivos para pensar de outro modo. Os meus heróis eram reais, verdadeiros, e suas histórias, contadas nas revistinhas me levavam para o mundo que eles habitavam.
Hoje, repensando aqueles momentos, perguntava a mim mesmo, o que eram daquelas belas histórias ilustradas nos gibis. O que fora feito dos meus heróis de infância? Por que tudo mudou tanto e por que não existem mais coisas tão preciosas? Afinal, as crianças continuam existindo e, se me fizeram tão feliz, por que não fariam também às crianças de hoje?
Por isso, resolvi procurar na internet (onde tudo se encontra) por aquelas mesmas revistinhas e fiquei muito feliz de haver encontrado. Tenho que dizer que, agora, com minha mente adulta e poluída, já não as vejo com a mesma emoção, mas permanece a mesma reverência por aquilo que elas representam.
Estou disponibilizando uma delas no link que segue. Se você também se deliciou na sua infância com a leitura destes quadrinhos, pode reviver um pouco aquela época, e voltar a ser criança por um momento. Deu um pouco de trabalho, mas valeu a pena.
Segue o link:
Tarzan e o berço dos deuses.
Continuação da história...
DICA: Utilize a opção FULLSCREEN ( aparece quando você abre a revista ) e depois, utilize a opção de ZOOM para ajustar o tamanho das imagens à sua conveniência.
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